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Pacientes com diabetes tipo 2 se beneficiam com tratamento cirúrgico

Nos anos 1950, médicos americanos identificaram que diabéticos obesos mórbidos tiveram suas taxas de glicemia normalizadas após serem submetidos à cirurgia de redução do estômago. Em seguida, descobriu-se que a mesma cirurgia, realizada em pacientes sem relação direta com a perda de peso, também trouxe benefícios semelhantes.
A partir da identificação em diabéticos obesos mórbidos que tiveram suas taxas de glicemia normalizadas após a cirurgia bariátrica (para obesidade), sem relação direta com a perda de peso, mas por meio de mecanismos que atuam diretamente sobre o diabetes melitus tipo 2 (DMT2), começaram uma série de estudos clínicos para avaliar a viabilidade da realização deste tipo de cirurgia em diabéticos não obesos mórbidos.
A partir de então, teve início uma série de estudos clínicos para avaliar a viabilidade da realização deste tipo de cirurgia em diabéticos não obesos mórbidos. Os resultados indicaram que pacientes que apresentam condições clínicas de deficiência na produção de insulina, resistência à ação da insulina e dificuldade em manter o tratamento medicamentoso podem se beneficiar do tratamento cirúrgico, criando-se a definição de cirurgia metabólica ou cirurgia do diabetes tipo 2, como explica o cirurgião Jacob Rego de Miranda.
Nos casos dos obesos mórbidos, a literatura médica comprova a eficiência da cirurgia bariátrica, que diminuiu de forma importante os riscos de complicações e o desenvolvimento do diabetes ao longo dos anos.
“Apenas 10% dos pacientes operados desenvolvem complicações da doença durante os 10 e 15 anos pós-operatórios, contra 95% dos não operados que seguem programas não cirúrgicos de controle da doença. Diversos estudos epidemiológicos mostraram diminuição de até 92% na mortalidade relacionada ao diabetes no grupo operado num seguimento de até 16 anos”, relatou Jacob Miranda.
“Em relação à cirurgia em diabéticos não obesos mórbidos, os resultados também são promissores”, destaca o cirurgião Renato Rezende Rocha. “A mortalidade em diabéticos é predominantemente secundária às complicações cardiovasculares. Em aproximadamente um ano de pós-operatório existem evidências do controle da progressão da doença vascular no grupo operado, o que sugere que a cirurgia corretamente indicada diminui a mortalidade dos diabéticos tipo 2 submetidos ao tratamento operatório”, considerou.
Muitas pesquisas realizadas e em andamento no Brasil e no exterior reforçam a diretriz da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), que recomenda a cirurgia para pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) a partir de 30 kg/m², contanto que seja diabético ou tenha predisposição à doença e apresente riscos cardiovasculares.
Existe um esforço das Sociedades Nacionais de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e de Endocrinologia para buscar uma nova diretriz que beneficie os portadores de DMT2 não controlados com remédios para que acessem o tratamento cirúrgico.
Atualmente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza a cirurgia do diabetes em pacientes diabéticos tipo 2 com IMC acima de 35. O Índice de Massa Corpórea é o cálculo do peso do paciente dividido pela altura elevado ao quadrado, seguindo a fórmula IMC = (peso/altura)2. Ainda está em estudo pelo CFM a liberação do procedimento para pacientes com IMC entre 30 e 35.
Como informa o cirurgião Herbeth Toledo, a proposta em análise pela entidades médicas competentes prevê algumas indicações formais para a cirurgia do diabetes tipo 2. Na lista estão: 1-Pacientes com diagnóstico/histórico de Diabetes Mellitus do tipo 2(DMT2) por pelo menos 5 anos; 2-Idade mínima de 30 anos; 3-Hemoglobina glicada acima de 8%, mesmo em tratamento regular orientado por endocrinologista; 4-Indicação cirúrgica pelo endocrinologista que acompanha o paciente; 5-IMC acima de 30kg/m2; 6- Anti GAD (-) e peptídeo C em jejum > 1ng/dl.

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