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Angioplastia tardia: médicos usam técnicas avançadas para desobstruir artérias sem cirurgia aberta

Procedimento exige equipe cardiológica altamente qualificada e integrada à tecnologia

Cardiologistas da Santa Casa de Maceió disseminam nova técnica

O Serviço de Cardiologia da Santa Casa de Maceió realizou esta semana um treinamento no Centro de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista destinado a médicos de outros estados.

Os visitantes conheceram uma nova técnica de angioplastia em pacientes com oclusão total crônica das artérias coronarianas. A novidade chama-se angioplastia retrógrada (leia mais no box abaixo).

Quatro procedimentos foram realizadas com sucesso na Santa Casa de Maceió com a nova técnica.

Esta técnica reduz a necessidade de cirurgia no coração (pontes de safena ou mamária) e a possibilidade de abordar obstruções coronarianas mais complexas.

Vale explicar que a angioplastia é uma técnica intervencionista minimamente invasiva que utiliza um cateter e um “stent” para desobstruir a artéria sem a necessidade de cirurgia.

O procedimento é realizado através de cateteres que chegam ao local da obstrução a partir de um pequeno orifício na virilha ou no braço do paciente, que pode ter alta no dia seguinte.

A doença coronariana é uma das maiores causas de morte no mundo e no Brasil. Ela ocorre pelo estreitamento dos vasos que suprem o coração causados por placas de colesterol.

O cardiologista Leilton Luna, coordenador do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista da Santa Casa de Maceió, explica que os sintomas, nesses casos, aparecem mais lentamente e são diferentes dos de um infarto, que é uma situação aguda.

Os sintomas podem começar com um cansaço, uma dor não muito definida e queda da capacidade física da pessoa. A avaliação inicial normalmente é feita com cintilografia miocárdica, teste ergométrico e ecocardiograma, que apontarão indícios de obstrução. A confirmação só ocorre com o cateterismo cardíaco.

A literatura médica aponta que 20% da população que realiza cateterismo cardíaco de diagnóstico pode apresentar oclusão total crônica associada a outras lesões. A obstrução é considerada crônica quando tem mais de três meses de evolução, o que é identificado por meio do cateterismo.

Estima-se que dos pacientes com oclusão crônica, 60% ficam no tratamento medicamentoso com uma combinação de estatina, beta bloqueador e aspirina, 20% são submetidos à cirurgia e os outros 20% realizam a angioplastia.

 

Entenda a nova angioplastia retrógrada

A principal inovação da técnica de angioplastia retrógrada está em desobstruir a artéria de baixo para cima, o inverso do que é feito habitualmente.

Conforme destacou o cardiologista Evandro Martins Filho, a probabilidade de desobstrução no sentido contrário ao fluxo sanguíneo é maior porque nessa região a placa tem menos fibrose e cálcio, o que facilita a abertura com o cateter e a colocação do “stent”, que esmaga a placa de gordura e previne novos acúmulos.

Para que isso seja possível, o cateter chega à artéria obstruída por meio da circulação colateral do coração, rede composta de pequenos vasos sanguíneos com 0,5 a 1 milímetro de espessura, provenientes de outras artérias com fluxo sanguíneo normal, que ajudam a manter o músculo cardíaco irrigado e vivo.

É justamente a existência dessa rede alternativa de vascularização que mantém o músculo do coração funcionando apesar da obstrução total.

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