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Câncer de ovário: cirurgia é melhor arma para o diagnóstico e tratamento

Procedimento exige equipe especializada e tecnologia; tumor é silencioso e avança lentamente

Cirurgião oncológico Aldo Barros utiliza técnica minimamente invasiva

Apesar de não ser o mais comum, o câncer de ovário é o mais grave dos tumores gine/*cológicos. Constitui 4% de todos os tumores malignos do corpo humano e se instala predominantemente em mulheres acima de 50 ou 60 anos.

O que mais preocupa os especialistas é a atuação lenta e silenciosa desta neoplasia. “O câncer de ovário por não apresentar sintomas nas fases iniciais seu diagnóstico é feito, em 75% dos casos, em estágios avançados”, comentou Aldo Barros, cirurgião oncológico que atua na Santa Casa de Maceió.

A cirurgia representa uma importante arma no manejo do paciente com câncer de ovário, pois atua tanto no diagnóstico quanto no tratamento, desde que realizada por uma equipe especializada, com a tecnologia e os protocolos de segurança necessários.

“A abordagem inicial quando realizada pelo não especialista pode trazer sérias consequências tanto no tratamento quanto no prognóstico do paciente, pois a errada manipulação do tumor pode levar à disseminação das células malignas”, informa o cirurgião Aldo Barros.

Quando o tumor está localizado apenas no ovário, é possível realizar a cirurgia através de laparoscopia, por meio do emprego de um sistema de câmeras introduzido por uma pequena sonda pela cicatriz umbilical, além de dois a três pequenos cortes acima das virilhas. A técnica é conhecida como minimamente invasiva, onde os principais benefícios são a alta precoce do paciente, rápida recuperação e o menor risco de eventos adversos se comparado à cirurgia convencional.

Já nos casos mais avançados, nos quais há comprometimento de outras estruturas abdominais, há a necessidade de incisão cirúrgica tradicional na região mediana do abdome. O objetivo principal é a retirada de toda a doença visível, muitas vezes com cirurgias complexas, que pode ser realizada antes ou após a quimioterapia, dependendo do planejamento da equipe multidisciplinar.

Confira os fatores de risco para o surgimento da doença

Embora a maioria dos casos de tumores malignos dos ovários ocorra em mulheres sem uma causa evidente, existem alguns fatores de risco identificáveis.

Na lista estão as síndromes genéticas BRCA1 e BRCA2. Cerca de 5% a 10% dos casos têm associação com mutações genéticas BRCA1. Mulheres com esta mutação têm de 20% a 60% das chances de desenvolver câncer de ovário até os 70 anos de idade. Na mutação BRCA2, o risco é menor: 10% a 35%. Esses dois genes, quando alterados, também estão relacionados ao câncer de mama.

Outro fator de risco é a síndrome genética Lynch II, que é associada aos cânceres de ovário e de intestino. Cerca de 10% das mulheres com a síndrome desenvolvem câncer de ovário.

O história familiar é um forte indicativo. O risco de desenvolver câncer de ovário também é maior nas mulheres que têm parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de ovário ou de mama. Quanto mais jovem a parente de primeiro grau por ocasião do diagnóstico de câncer de ovário, maior o risco.

Na lista está também a obesidade. Estudos sugerem que mulheres obesas podem apresentar até 50% a mais de risco de desenvolver câncer de ovário do que as mulheres não obesas. A idade também representa um fator de risco.

Não podia ficar de fora a reposição hormonal. A reposição de hormônios na menopausa está associada ao risco de desenvolver tumores malignos induzidos pela exposição ao estrógeno, como os tumores de ovário, endométrio (útero) e mama.

Ainda não existe exame preventivo para tumor de ovário

Apesar de ser o tumor ginecológico mais complicado, ainda não existe um exame preventivo para diagnóstico precoce da doença, como o popular papanicolau, para o câncer de colo de útero, ou o toque retal, no caso do homens, para prevenção do câncer de próstata.

Infelizmente, todos os estudos que avaliaram o papel da detecção precoce do câncer de ovário através de exames de imagem e de dosagens de CA125, em mulheres sem síndromes genéticas ou história familiar da doença, mostraram resultados desapontadores.

Já aquelas que são portadoras de síndromes genéticas, como a mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2, ou história familiar de vários casos de câncer de ovário e/ou de mama, a ultrassonografia transvaginal e a pesquisa do marcador tumoral CA125 é indispensável e deve ser feita anualmente.

Câncer não apresenta sintomas em fases iniciais

Como a paciente não costuma apresentar sintomas nas fases mais iniciais da doença, o diagnóstico geralmente é feito por ocasião de exames clínicos e ginecológicos de rotina ou quando surgem os sinais sugestivos.

A ultrassonografia transvaginal nem sempre permite chegar ao diagnóstico enquanto o tumor se acha restrito ao ovário. Exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética, podem ajudar a avaliar a extensão da enfermidade.

“Por não existir exames de rastreamento efetivos e sintomas nas fases inicias, a mulher deve consultar-se ao menos uma vez por ano com o ginecologista e, na suspeita da doença, ir ao oncologista”, finalizou o cirurgião Aldo Barros.

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