Notícias

Confira as últimas notícias e novidades

Cirurgia minimamente invasiva: nova fronteira para os urologistas

I Simpósio de Cirurgia Minimamente Invasiva reuniu em Maceió alguns dos principais nomes do setor

 

Urologistas Mário Ronalsa e Eduardo Carvalho (SBU-AL)

Urologistas Pedro Romanelli (MG) e Gustavo Mendonça (AL)

Até 1982, menos de 5% dos pacientes norte-americanos tratavam o câncer de próstata por meio da cirurgia aberta. Motivo: as inúmeras complicações que a técnica provocava, na época, nos pacientes, como hemorragia, disfunção sexual e incontinência urinária. A radioterapia reinava absoluta. Na virada do século, a cirurgia aberta corrigiu seus pontos fracos e evoluiu até se tornar o padrão ouro em tratamento.

Em 1997, a laparoscopia inicia seus primeiros passos e hoje é a preferida dos pacientes por ser um procedimento minimamente invasivo. A técnica vem sendo valorizada também por operadoras de saúde e até pelo Sistema Único de Saúde por envolver menos riscos, menos tempo de internação e, por tabela, menos custos.

Na última década teve início uma nova revolução, que está expressa no título da I Simpósio de Cirurgia Urológica Minimamente Invasiva, realizado na Santa Casa de Maceió.

Organizado pela Divisão de Ensino e Pesquisa da instituição, o encontro científico reuniu alguns nomes de destaque no cenário nacional, como o urologista Pedro Romanelli (Sociedade Brasileira de Urologia-MG), o uro-oncolo-gista Murilo Luz (Rede D’Or São Luiz-SP e Hospital Erasto Gaertner-PR), a cirurgiã vascular Livia Lyra (MG), o cirurgião endovascula Bruno Freitas e os urologistas Gustavo Mendonça e Gustavo Galvão (Santa Casa de Maceió).

Em pauta temas como o futuro da especialidade e sua relação com novas tecnologias e novas técnicas para o tratamento de doenças como o câncer de próstata, de rim, de bexiga entre outros.

“A cirurgia robótica assim como o contínuo aprimoramento da videolaparoscopia são as novas fronteiras para os urologistas. Ambas são minimamente invasivas porque utilizam pequenas incisões, por onde são inseridas pinças, cateteres e ópticas (microcâmera). As imagens geradas ajudam o médico a realizar todo o procedimento”, explicou o urologista Mário Ronalsa, que lidera o Serviço de Urologia da Santa Casa de Maceió.

Ele destacou que na robótica é possível fazer certos movimentos que o punho humano não consegue fazer. “Mas, quando comparamos a técnicas, vimos que os resultados são semelhantes e que dependem, sobretudo, da experiência do médico”, finalizou.

 

Equipamento estimula formação

Cirurgiã Vascular Livia Lyra (MG)

Uro-oncologista Murilo Luz (SP)

O nome remete aos filmes de ficção científica – cirurgia robótica – mas por trás da tecnologia não está um supercomputador com inteligência artificial. Pelo contrário, quem comanda as pinças e ópticas é um médico, um especialista habilitado para realizar tanto o procedimento como dominar a tecnologia.

“O resultado da cirurgia robótica dependerá da expertise do cirurgião por trás do robô. O equipamento não faz a intervenção sozinho”, faz questão de esclarecer o urologista Pedro Romanelli, presidente da seccional mineira da Sociedade Brasileira de Urologia.

O urologista alagoano Gustavo Mendonça diz que, ao contrário do que um leigo possa pensar, a curva de aprendizado para se especializar em videolaparoscopia é muito maior do que a exigida pela videolaparoscopia assistida por robô. Justamente por isso, a formação de novos profissionais vem se intensificando em grandes hospitais que possuem a cirurgia robótica.

“O investimento nesta tecnologia é alto, porém, os hospitais que decidem ingressar neste seleto grupo tornam-se centros de referência regionais na formação de novos médicos e no tratamento de casos cada vez mais complexos”, acrescentou Pedro Romanelli.

 

Tecnologia não substituirá o médico

Urologista Gustavo Galvão

Cirurgião endovascular Bruno Freitas

O uro-oncologista Murilo Luz frisa que nos últimos quatro anos a urologia se beneficiou com o avanço de novas técnicas videolaparoscópicas, sobretudo aquelas assistidas por robô, que se espalharam pelo País e já estão em cidades do Nordeste como Recife (PE) e Salvador (BA). Atualmente, 60 robôs já estão em franca atividade no País.

Ele destaca, entretanto, que tanto a tradicional cirurgia aberta, como a videolaparoscopia e a própria robótica apresentam resultados semelhantes do ponto de vista urológico. “Nos três casos, os resultados dependem da expertise do cirurgião”, comentou Murilo Luz, que coordena o programa de Cirurgia Robótica da Rede D’Or São Luiz, em São Paulo.

No simpósio, o cirurgião endovascular Bruno Freitas detalhou a técnica de videolaparoscopia denominada embolização prostática, realizada pelo especialista na Santa Casa de Maceió, com resultados expressivos em termos de recuperação e alta precoce do paciente.

Já a cirurgiã vascular Livia Lyra sugeriu um momento de reflexão sobre os caminhos da medicina: “Não podemos competir com evolução tecnológica mas podemos tê-la como aliada para dar maior precisão ao diagnóstico e ao tratamento do nosso paciente. Diante do atual contexto em que vivemos podemos melhorar aquilo que depende de nós: a relação médico-paciente. Sempre haverá tecnologia e pessoas por trás da dela, mas jamais podemos esquecer a importância das relações humanas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Por favor, escolha a área que deseja conversar para que possamos lhe atender.
//
Consultas e Exames
Fale com nossos atendentes
Marcação de Consultas e Exames