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Paciente de Cuidados Paliativos tem casamento na Santa Casa Rodrigo Ramalho

Michelli Ferreira Costa e Edson Afonso da Silva se conheceram há seis anos e formaram uma grande família. Ela, que já tinha dois filhos de outro relacionamento, selou o amor entre os dois com a chegada de Lorena, que hoje tem quatro anos. Mas um câncer de colón do útero atrasou os planos do casal subir ao altar. A luta contra a doença já dura quase três anos. O último ano tem sido de cuidados paliativos com períodos na Santa Casa Rodrigo Ramalho, onde está internada há três meses.

 

Apesar dos desafios, na tarde deste sábado (17), Michelli e Edson foram abençoados com o sacramento do casamento pelo padre Cícero Lenisvaldo, capelão da Santa Casa de Maceió. O momento do sim foi eternizado com muita emoção e alegria, ao lado de familiares e amigos.

“Agradeço, primeiramente, a Deus por essa oportunidade. Também agradeço à equipe do hospital que foi bem justa com a gente. Perguntou se queríamos fazer uma surpresa para Michelli, contamos o desejo dela e nos disseram que ia tentar. Eu estou muito feliz por tudo o que fizeram. Cuidam muito bem da gente nos três meses que estamos aqui”, disse Edson Afonso da Silva, o noivo.

Padre Cícero Lenisvaldo, capelão da Santa Casa de Maceió, destacou o momento como uma realização para um sacerdote. “A Santa Casa de Maceió é um hospital de identidade católica, então, a assistência que ela presta a quem vem em busca de tratamento não é somente uma assistência médica, técnica. Ela oferece, também, uma assistência espiritual. A instituição tem o setor da capelania e, para mim, é uma graça de Deus poder ajudar pessoas nesse quadro de saúde que se encontram, a experimentar um momento de alegria. No caso deles, que não eram casados na igreja, poder se regularizar e receber o sacramento do casamento”.

Durante sua luta contra a doença, Michelli fez bons e verdadeiros amigos. Jeanine Soares é uma delas. “Conheci a história dela pelas redes sociais. Ela estava precisando de doações e, imediatamente, me dispus a ajudar. Desde o momento que eu a conheci, me apaixonei de uma forma que não consegui abandoná-la. Todos os dias falo para que ela que é minha filha do coração. Não são todos os lugares em que vemos esse trabalho com os pacientes, mas, aqui na Santa Casa Rodrigo Ramalho, sinceramente, fiquei muito feliz de ver essa humanização por parte de todos os profissionais, disse.

Há um ano, o pátio da Santa Casa Rodrigo Ramalho foi o cenário da união de Rosecledson e Daniela Melo. Ele foi diagnosticado com câncer no estômago, mas decidiu seguir com os planos de casamento na instituição. Sua mãe, Clebiana, compareceu a celebração de Michelli e Edson.

“Meu filho era um menino de muita força, de muita fé. Cuidei dele por dez meses, e achei que eu quem daria forças a ele, mas foi o contrário. Ele agradeceu a Deus por finalmente saber o diagnóstico e abraçou essa causa, não esmoreceu. Sou muito grata à equipe do Rodrigo Ramalho. Não acho que por você estar numa fase terminal de um câncer que já morreu. Andamos no AC Camargo, no Sírio Libanês, e ele não recebeu o amor que recebeu aqui”, disse a empresária, que percorreu 240 km, de São José da Tapera até Maceió, para servir o buffet que preparou para os noivos.

A gestora médica da Santa Casa Rodrigo Ramalho, Carolina Zau, falou sobre o projeto de extensão desenvolvido pela Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos do Cesmac. “Os acadêmicos vão nas enfermarias e perguntam aos pacientes se eles têm algum desejo, algum sonho que a Liga possa concretizar. E surge de tudo: sonhos pequenos, como passar uma tarde na praia ou com os filhos, até sonhos maiores, como um casamento. Foi a partir do contato desses estudantes com a paciente que surgiu o desejo de realizar o casamento, então eles foram atrás das doações. Foi um envolvimento muito grande da equipe, em cada momento da organização”, relatou.

Segundo a médica, com o projeto é possível melhorar a vida do paciente, fazer com que ele tenha uma adesão maior ao tratamento. “Ele terá um momento único que vai ficar guardado para sempre na memória de seus familiares. Outros pacientes também desceram para ver o casamento e percebem que a vida continua, independente da doença e da fase em que ela se encontra. Valorizamos cada segundo, cada momento. Esse é o quarto casamento na instituição. O primeiro foi no meu consultório, no terceiro andar. O segundo aconteceu na enfermaria, pois o paciente estava mais debilitado. Já o terceiro e o quarto foram no pátio do hospital”, contou.

“Sempre vamos abraçar ideias como esta, porque este é o propósito, não só tratar, mas cuidar da felicidade deles seja por quanto tempo for. A paciente verbalizou a vontade casar e a Liga abraçou a ideia e reuniu muita gente de bom coração. Então foram momentos de contato com voluntários e empresas, e todos fizeram questão de estar presentes. E o mais importante é que o momento aconteceu, a Michelli estava com um sorriso largo e isso, para nós, é a realização principal. Foram três semanas de trabalho, com ajuda de pessoas do bem, e conseguimos”, finalizou Aishá Góis, gestora da Linha Oncológica da Santa Casa de Maceió.

 

 

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