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“É grande o desafio na luta pela vida”, afirma médica intensivista

O ambiente de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é cercado por máquinas, medicamentos e profissionais que correm contra o tempo para dar o melhor suporte às vidas de pacientes com casos complexos ou instáveis. Na Santa Casa de Maceió, assim como em outros hospitais, ele também é feito por pessoas que enfrentam o medo do desconhecido, mas que atuam na linha de frente desbravando os desafios que chegam com cada paciente grave infectado com o novo coronavírus (Covid-19).

Médicas intensivistas Sandra Márcia Bastos, Viviane Omena Costa e Cláudia Falcão na linha de frente contra a covid-19

“Nossos primeiros Pacientes COVID-19 che­garam muito graves. Na ocasião estávamos com u­­ma grande expectativa em re­lação ao tratamento da doença. Esti­vemos nos preparando durante todo o mês de março, estudando e aprendendo com grupos de São Paulo, da Itália, Espanha e de Alagoas. Em abril, já estávamos abrindo 18 leitos para receber os mais graves. É grande o desafio na luta pela vida”, disse a médica intensivista, Cláudia Falcão.

Na linha de frente, Cláudia Falcão divide a gestão da UTI Geral com Sandra Márcia Bastos e Viviane Omena Costa. “O trabalho ainda conta com auxílio nas visitas diárias das médicas Kátia Arruda e Erigleide Bezzera, além de uma grande equipe de bravos plantonistas, que junto aos fisioterapeutas, enfermeiras, fonoaudiólogas, terapeuta ocu­pacional, psicólogas, assistentes sociais, nutricionistas, odontólogas, técnicos de enfermagem e pessoal da higienização, nos trazem um enorme sentimento de solidariedade, amor imenso ao próximo no sentido de minimizar a dor e o sofrimento. Trabalhar em equipe é dividir trabalho e responsabilidades”, disse.

Com a chegada da covid-19, a visão das equipes que já trabalhavam com foco nas particularidades, necessidades e peculiaridades dos pacientes foi ampliada. “Não sa­bemos tudo. Ninguém sabe tudo. Apren­demos todos os dias e, nesta doença específica, não ter um tratamento específico para a covid-19 esbarra com a disposição em tratar, usando todos os recursos disponíveis. Neste contexto, nossa equipe soma muito mais resultados positivos do que negativos. No entanto, o sentimento de tristeza nos assola fortemente quando lutamos intensamente pela vida. A fé em Deus é o que nos impulsiona a seguir”, disse a médica intensivista Sandra Márcia Bastos.

Rotina ainda mais intensa faz parte do dia a dia dos profissionais de saúde durante a pandemia

Para evitar o contágio de seus profissionais, a Santa Casa de Maceió trabalha de forma muito rígida as técnicas de paramentação e desparamentação com a distribuição, a todo seu corpo técnico, dos Equi­pa­mentos de Proteção Individual (EPIs) necessários. Mas o medo ainda tem sido um com­panheiro de trabalho dos que atuam na linha de frente.
“A falta de entendimento da população com respeito ao afastamento social, gera a superlotação dos hospitais e a falta de leitos para os doentes graves, bem como a diminuição na o­ferta de medicamentos para os hos­pitais, outro problema surgido com a pandemia, pois o consumo aumentou drasticamente e a relação produção/oferta caiu em paralelo, são os temores que tenho no trabalho. Em casa, minha família está seguindo o afastamento social, tomando todos os cuidados com higiene. Feliz­mente, alguns amigos tiveram a forma leve/moderada da infecção com excelente resposta. A forma gra­ve foi minoria entre eles, graças a Deus. Esse é mais um motivo de muita felicidade por cada um que conseguimos ajudar a sair re­cuperado”, relatou Viviane Costa.
“Meu maior medo, neste momento, é de ad­­qui­rir a forma grave da doença e ter que interromper meu trabalho e sacrificar colegas com nosso afastamento. Pensar na insegurança e sofrimento que meus familiares iriam vivenciar… Nossas famílias são nosso alicerce e apoio emocional e físico. Hoje, temos um número maior de pessoas amigas e conhecidas adoecendo e temos que nos superar para que possamos prestar toda a assistência devida e necessária”, completou Cláudia Falcão.

NÚMEROS
Até o domingo (21), a Santa Casa de Misericórdia de Maceió tinha 121 pacientes internados, sendo 40 deles em UTI. De fevereiro a junho, o hospital atendeu 1300 casos confirmados da doença e outros 894 que foram descartados, e deu alta curada para 308 pacientes que foram internados em razão do novo coronavírus.
Para Viviane Costa, o tratamento do co­vid-19 busca respostas em experiência com outras infecções recentes, como o H1N1, e em pandemias registradas no passado, como a gripe espanhola, varíola e ebola, embora com proporção muito ma­ior e com ações e diagnósticos mais complexos diante das várias facetas que o covid-19 apresenta.
“Ela gera um sentimento de busca, desafio e superação a cada dia. Cada paciente é um novo começo, um novo desafio. Acredito que é preciso ter resiliência sempre. A forma mais grave de infecção por covid-19 extrai do intensivista todo conhecimento para diagnosticar as alterações fisiológicas que o vírus gera no ser humano e encontrar o tratamento adequado. É um desafio. Saio da UTI com cansaço e paz pelo dever cumprido, por ter ajudado e lutado da melhor forma possível para combater os efeitos deletérios dessa doença, e com um agradecimento imenso ao nosso Deus todo poderoso”, ressalta a intensivista.

AJUSTES

A Santa Casa de Maceió realizou uma série de adequações para evitar a aglomeração de pessoas no ambiente hospitalar e garantir a segurança dos pacientes, colaboradores da instituição, de seu corpo clínico e da comunidade. Entre as medidas adotadas pela instituição estão a suspensão do atendimento no ambulatório geral, exceto para casos que necessitem de atendimento inadiável (não de emergência), como, por exemplo, os pacientes de oncologia, o cancelamento de todas as cirurgias eletivas que possam ser postergadas sem que haja prejuí­zo para o paciente e a suspensão de visitas aos pacientes internados no hospital.

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