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Cardiologia da Santa Casa de Maceió inova com próteses que podem evitar AVC

Introduzir métodos avançados na intervenção percutânea para as mais diversas patologias da cardiologia tem sido uma das marcas da Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Em junho, os cardiologistas Edvaldo Xavier, Leilton Luna Jr e Evandro Martins, do Serviço de Hemodinâmica, Cardiologia Intervencionista e Eletrofisiologia Invasiva da instituição, realizaram dois procedimentos para oclusão percutânea do apêndice do átrio esquerdo, devolvendo qualidade de vida aos pacientes.

A oclusão do apêndice atrial esquerdo é uma alternativa na diminuição do risco de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e outros fenômenos tromboembólicos nos pacientes portadores de Fibrilação Atrial permanente. “A Fibrilação Atrial é arritmia cardíaca mais prevalente na prática médica, principalmente nos pacientes com mais de 65 anos, e pode causar inúmeras complicações para seus portadores. Uma das mais temidas é justamente o AVC isquêmico, popularmente conhecido como derrame, devido ao maior tempo de permanência do sangue nos átrios pela diminuição do bombeamento do sangue, o que favorece a formação de coágulos (trombos)”, explicou o cardiologista e eletrofisiologista Edvaldo Xavier.

Edvaldo Xavier

O procedimento é feito com anestesia geral e costuma durar de uma a duas horas. O cardiologista intervencionista insere um cateter (um tubo fino e flexível) em uma veia na virilha (veia femoral) e, com o auxílio de aparelhos de imagem na máquina localizada no laboratório de Hemodinâmica, como o ecocardiograma transesofágico, a prótese segue até a entrada do apêndice atrial esquerdo sendo liberada no local, ocluindo o Apêndice Atrial Esquerdo (AAE) e impedindo a formação e saída de coágulos do apêndice atrial para a circulação sanguínea.

Os dois pacientes submetidos ao procedimento na Santa Casa de Maceió já receberam alta hospitalar após 24h. “A técnica de Oclusão de Apêndice Atrial Esquerdo não elimina a formação de trombos por completo. Porém, é uma alternativa para prevenção de derrames e embolias com nível de eficácia muito semelhante ao do anticoagulante, que é uma “faca de dois gumes “, pois o paciente idoso tem risco elevado de quedas e traumas, além de sangramentos, podendo o uso desses medicamentos ser um tratamento de risco nessa população específica. Um dos pacientes já havia sofrido de AVC, mesmo em uso de anticoagulantes. O segundo caso era completamente sensível a qualquer anticoagulante, causando-lhe uma hemorragia intestinal importante”, pontuou Edvaldo Xavier.

Evandro Martins

Evandro Martins, cardiologista intervencionista responsável pelo programa de cardiopatias estruturais, explica que pacientes com fibrilação atrial tem de cinco a sete vezes mais chances de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC) do que a população em geral. “Estudos atuais mostram que mais de 90% dos coágulos (trombos) formados dentro do coração surgem em uma área conhecida como Apêndice Atrial Esquerdo (AAE). A partir dessa descoberta, desenvolveu-se ao longo dos anos a técnica de fechamento do apêndice atrial esquerdo também chamado auriculeta esquerda”*.

Leilton Luna Jr.

Antes, o fechamento dessa cavidade atrial só poderia ser realizado de forma cirúrgica, com abertura do tórax realizadas por cirurgiões cardíacos. Com a técnica avançada e disponibilidade de novos dispositivos e aperfeiçoamento das técnicas de imagem cardiovascular, o procedimento hoje é realizado através de acesso em uma veia periférica (geralmente a veia femoral na região da virilha), por via percutânea através de um pequeno furo. Isso permite uma recuperação precoce, alta hospitalar com menor risco de complicações e retorno da qualidade de vida dos pacientes com indicação para o procedimento.

“Felizmente é um procedimento que pode ser contemplado no âmbito da saúde suplementar e, muito em breve, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E o nosso objetivo é trazer melhores tratamentos para toda a população alagoana, concretizando a Santa Casa de Maceió sempre na vanguarda em cardiologia intervencionista no Estado de Alagoas”, disse Leilton Luna Jr, cardiologista intervencionista e coordenador médico da Hemodinâmica.

 

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