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Método inovador de cirurgia torácica por vídeo é apresentado em Quebec

A Santa Casa de Maceió participou do IV Curso de Imersão de Cirurgia Minimamente Invasiva no Canadá, realizado entre os dias 3 a 7 de setembro. No evento, o diretor médico da instituição, Artur Gomes Neto, apresentou uma inovadora técnica cirúrgica torácica por vídeo (VATS) voltada para os pacientes do SUS.

Diretor médico da Santa Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, durante apresentação em Quebec, no Canadá

“Há dois anos estamos desenvolvendo essa técnica visando, unicamente, permitir o acesso dos pacientes menos favorecidos a essa tecnologia. Estamos saindo da curva de aprendizado para tornar a prática efetiva. Este é o segundo ano que participamos desse evento no Canadá. Em 2017, mostramos uma avaliação primária da técnica. Agora voltamos para apresentar essa inovação da cirurgia torácica por vídeo que não faz uso de material especial”, disse o gestor, que também é cirurgião torácico.

Qual a importância disso? Segundo o cirurgião, o trabalho realizado na Santa Casa de Maceió vem garantindo a redução de custos e resultados equivalentes aos pacientes da saúde suplementar. “A cirurgia é feita sem instrumentos como grampeadores, afastadores, tesouras harmônicas, materiais muito sofisticados e que custam muito dinheiro. Só de material, dependendo da quantidade utilizada durante o procedimento, o custo pode ser de 12 mil reais. O SUS paga, por essa mesma cirurgia, cerca de 800 reais. Então seria impossível permitir o acesso desses pacientes a essa tecnologia. Com a nova abordagem, utilizamos os materiais de uma cirurgia aberta convencional e obtemos resultados iguais a feita por vídeo”, explicou o diretor médico.

Minimamente invasiva e aplicável em quase todas as abordagens cirúrgicas do tórax, a cirurgia por vídeo representa uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina. Entre as vantagens está a alta mais precoce. “Por ser uma cirurgia pouco agressiva, tem menos complicações. Poucas vezes é preciso usar sangue, por exemplo. O paciente terá mais conforto no pós-operatório, sai entre dois e três dias, além de sentir menos dor”, destacou o cirurgião Wander Mattos Cardoso.

Os cirurgiões torácicos da Santa Casa de Maceió inovaram com essa técnica há apenas dois anos, que inclui pacientes com doenças inflamatórias, especialmente as sequelas de tuberculose pulmonar. “Uma coisa importante no método é que como o SUS não financia a cirurgia por vídeo, ele possibilita que os hospitais que têm programa de residência médica em cirurgia torácica possam treinar seus residentes sem que tenham que parar a VATS”, disse o cirurgião Rodolfo Tenório Mascarenhas.

Durante o evento promovido pelo Instituto do Coração e Pulmão de Quebec, ligado à Universidade Laval, o trabalho aplicado pelos cirurgiões da Santa Casa foi reconhecido por sua inovação. “Mostramos que mesmo sem a disponibilidade do material especial, oferecemos um método eficiente ao paciente que obtém os mesmos benefícios de uma cirurgia feita por vídeo com os instrumentos comumente usados. É mais difícil para o cirurgião, mas para o paciente faz toda a diferença. Os participantes do curso, cerca de 100 cirurgiões da América Latina, Canadá e Estados Unidos, elogiaram a ideia que foi bastante apreciada pelos países que convivem com a mesma realidade que passamos”, ressaltou o diretor médico da Santa Casa de Maceió.

Zé, o afastador

A ideia de ofertar o acesso do paciente do SUS ao método, sem aumentar os custos hospitalares, partiu da equipe de cirurgia torácica formada por Artur Gomes Neto, Wander Mattos Cardoso, Rodolfo Tenório Mascarenhas e João Bruno Lisboa, que chegou a pouco à Santa Casa de Maceió.

A inovação da equipe vem desde o afastador para partes moles, idealizado pelo Dr. Wander, que utiliza materiais simples, como luvas e sondas, a outras adaptações. “Apelidamos o afastador de Zé, um nome que caracteriza o Brasil. Ele, como todas as outras ideias, nos permitiu criar e adaptar o método tradicional para uma proposta que fosse factível a ser empregada a pacientes do SUS”, destacou o cirurgião João Bruno Lisboa.

Pioneirismo

Semana passada, a equipe de cirurgiões torácicos da Santa Casa de Maceió realizou, pela primeira vez, em Alagoas, uma pneumonectomia, procedimento cirúrgico para a retirada de um pulmão. A cirurgia foi feita por vídeo e o paciente se recupera bem, com alta precoce de dois dias.

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